Foi um ano que passou, querida mãe, desde sua partida. Apenas um conjunto de dias, porque parece que ainda foi ontem que ouvi sua doce e ternurenta voz pela última vez. Um ciclo infindável de meses, pois o vazio que você deixou foi muito profundo e tornou todos os instantes da minha vida em momentos dolorosamente prolongados.
Saudade é o que mais sinto, como se tivéssemos largado as mãos, de forma súbita, e agora eu procurasse, de alguma forma, agarrar você de novo. Saudade porque mãe é uma pessoa única, capaz de proporcionar o maior dos amores que o mundo já conheceu. E, por isso, ficar sem você foi perder um pouco de minha própria vida. Foi deixar de ter a referência que eu sempre quis imitar.
Pudessem as lembranças abrandar um pouco esta vontade dilacerante de ter você de volta à vida e talvez eu fosse capaz de seguir verdadeiramente em frente. Mas, por agora, um ano é pouco para o conseguir. Pouco para quem desejava permanecer toda a vida do seu lado.